A Uefa oficializou a fase de grupos da Champions League, a competição de clubes mais prestigiada do continente europeu. O Manchester City entra em campo defendendo o título inédito conquistado contra a Inter de Milão em Istambul, iniciando sua caminhada rumo ao bicampeonato. Contudo, a história da competição mostra que a tarefa não será fácil, visto que outras 22 equipes já alcançaram a glória máxima na Europa.
O Real Madrid lidera essa estatística com folga, ostentando 14 taças. A conquista mais recente dos merengues foi na temporada 2021/2022, a primeira desde a chegada de Vinícius Júnior ao clube. O cenário atual nos bastidores de Madri também chama a atenção: esta pode ser a última temporada de Carlo Ancelotti no comando da equipe, havendo especulações sobre um acordo para que o italiano assuma a seleção brasileira após o término de seu contrato em junho.
Logo atrás dos espanhóis no ranking de conquistas aparecem gigantes como o Milan (7 títulos), Bayern de Munique e Liverpool (ambos com 6), e o Barcelona (5). O Bayern, campeão mais recente entre esses perseguidores, levantou a “orelhuda” na temporada 2019/2020. A Espanha, impulsionada pelo domínio do Real Madrid, é o país com mais títulos (19), seguida pela Inglaterra com 15 troféus divididos entre seis clubes.
Todos os campeões da história
Vale relembrar a galeria completa de vencedores que construíram a lenda do torneio:
-
Real Madrid (14): Dominante desde os anos 50 até a era moderna.
-
Milan (7): O gigante italiano com conquistas em cinco décadas diferentes.
-
Bayern de Munique (6) e Liverpool (6): Potências que sempre figuram entre os favoritos.
-
Barcelona (5): Com destaque para a era de ouro nos anos 2000 e 2010.
-
Ajax (4): A escola holandesa que encantou o mundo.
-
Inter de Milão (3) e Manchester United (3): Tricampeões históricos.
-
Juventus, Benfica, Chelsea, Nottingham Forest e Porto: Todos com 2 títulos cada.
-
Campeões únicos: Borussia Dortmund, Celtic, Manchester City, Hamburgo, Steaua Bucareste, Olympique de Marselha, Feyenoord, PSV, Aston Villa e Estrela Vermelha.
Arsenal quebra a invencibilidade alemã em noite de gala
Avançando para os acontecimentos recentes dentro das quatro linhas, o status do Bayern de Munique como a melhor equipe da Europa foi duramente testado e derrubado no Emirates Stadium. O Arsenal foi implacável contra um adversário que historicamente lhe causou muitos problemas. Os Gunners abriram o placar com sua jogada habitual de bola parada, com Jurriën Timber cumprindo o papel do ausente Gabriel Magalhães.
O jovem Lennart Karl, de apenas 17 anos, mostrou sua qualidade com um belo gol, provando ser o talento que o Bayern desejava quando falhou na contratação de Florian Wirtz. Na sequência, Declan Rice e Eberechi Eze assumiram o controle do meio-campo, enquanto Noni Madueke e Gabriel Martinelli ampliaram o marcador — este último em um lance que expôs o estilo de goleiro-líbero de Manuel Neuer. Mikel Arteta não poupou elogios ao seu elenco, afirmando que tiveram uma atuação incrível contra aquele que considerava o melhor time da Europa. Agora, com 100% de aproveitamento na fase de grupos, esse status parece pertencer ao próprio Arsenal.
Crise profunda em Anfield e o triunfo do PSV
Enquanto isso, o clima em Anfield é pesado. Arne Slot já carrega o infeliz apelido de “Arne Lost” (Arne Perdido) após o Liverpool sofrer sua nona derrota em 12 jogos. O mérito, no entanto, é todo do PSV Eindhoven. Dominando a Eredivisie, o clube holandês seguiu seu plano tático à risca, desmontando a defesa dos Reds.
Aproveitando-se da vulnerabilidade do Liverpool a bolas longas, o PSV impôs um jogo de contra-ataques rápidos e passes progressivos. O veterano Ivan Perisic abriu o placar de pênalti, seguido por gols de Guus Til e dois de Couhaib Driouech, que saiu do banco para selar a goleada. O técnico Peter Bosz brincou sobre seu compatriota Slot, sugerindo que tomariam “algo forte” juntos após o jogo.
O renascimento do Benfica e o brilho de Estevão
Em outro clássico europeu, o Benfica venceu o Ajax por 2 a 0, mantendo os holandeses na lanterna da tabela. José Mourinho conquistou sua sétima vitória na Champions League sobre o Ajax, que luta para se modernizar. Samuel Dahl marcou após um rebote de escanteio, e o ataque do Ajax mostrou-se inofensivo. Mourinho celebrou a quebra da sequência de derrotas do Benfica beijando a testa de Wesley Sneijder, seu ex-comandado na Inter e atual comentarista de TV.
No confronto entre Chelsea e Barcelona, as atenções se voltaram para as jovens promessas. Embora Lamine Yamal não tenha conseguido superar a marcação de Marc Cucurella, foi o brasileiro Estevão quem roubou a cena. Com mais de 100 jogos como profissional apesar da pouca idade, Estevão ofuscou a joia do Barcelona com um gol espetacular, driblando defensores antes de finalizar com força. Em uma semana onde Mbappé e Vitinha brilharam, o destaque individual ficou por conta do talento brasileiro.
Homenagens e repercussão
A rodada também foi marcada pela emoção em Nápoles. Antonio Conte destacou a atmosfera especial na vitória do Napoli por 2 a 0 sobre o Qarabag, no quinto aniversário da morte de Diego Maradona, com Scott McTominay abrindo o placar.
Na Inglaterra, a repercussão da crise do Liverpool dividiu opiniões. Enquanto Steven Gerrard tentou ser diplomático na TNT Sports, recusando-se a usar a palavra “crise” em respeito ao treinador, Jamie Carragher foi flagrado pelas câmeras da CBS sendo muito menos polido. O ídolo dos Reds criticou duramente a escalação de Konaté, afirmando que a insistência no zagueiro seria motivo suficiente para a demissão do técnico.